A cirurgia robótica é uma evolução da cirurgia minimamente invasiva que utiliza um sistema robótico avançado, controlado pelo cirurgião, para realizar procedimentos com altíssima precisão. Na urologia, ela é amplamente utilizada em cirurgias de próstata, rins, bexiga e adrenal, oferecendo benefícios significativos para o paciente e maior ergonomia para o cirurgião.
Como funciona
- O cirurgião opera em um console, controlando braços robóticos que manipulam instrumentos delicados e uma câmera de alta definição.
- A imagem é em 3D, com ampliação de 10 a 15 vezes, permitindo visualização detalhada de nervos, vasos e tecidos.
- Os instrumentos têm “punho” articulado, reproduzindo e até ampliando os movimentos da mão humana, com filtragem de tremor e precisão milimétrica.
- Apesar do nome, o robô não age sozinho: toda a cirurgia é conduzida pelo cirurgião, em tempo real.
Principais indicações em Urologia
- Prostatectomia radical (câncer de próstata)
- Nefrectomia parcial ou total (tumores renais)
- Pieloplastia (correção de obstrução da junção pieloureteral)
- Cistectomia (câncer de bexiga)
- Adrenalectomia (nódulos/tumores da adrenal)
- Linfadenectomias pélvicas e retroperitoneais selecionadas
A indicação depende do diagnóstico, estágio da doença, anatomia do paciente e avaliação individualizada.
Benefícios para o paciente
- Incisões pequenas, menos dor e menor uso de analgésicos
- Menor perda de sangue e menor necessidade de transfusão
- Menor risco de infecção e complicações
- Alta hospitalar mais rápida e recuperação acelerada
- Retorno mais precoce às atividades
- Resultados funcionais potencialmente superiores em alguns procedimentos (por exemplo, continência urinária e preservação de função sexual após prostatectomia, quando clinicamente possível)
Observação: os resultados variam conforme o caso e a experiência da equipe cirúrgica.
Benefícios para o cirurgião
- Visão ampliada em 3D de alta definição
- Instrumentos articulados com precisão e estabilidade
- Melhor ergonomia, reduzindo fadiga em cirurgias longas
- Maior controle em áreas anatômicas complexas e campo operatório limitado
Segurança e treinamento
- A cirurgia robótica segue protocolos rígidos de segurança e depende de uma equipe treinada e experiente.
- O cirurgião passa por certificações específicas e mantém treinamento contínuo.
- Em caso de necessidade, pode-se converter para cirurgia laparoscópica ou aberta para segurança do paciente.
Mitos e verdades
- “O robô opera sozinho”: Mito. O robô é um instrumento; o controle é 100% do cirurgião.
- “É sempre a melhor opção”: Nem sempre. A escolha da técnica (robótica, laparoscópica ou aberta) é individualizada.
- “A recuperação é imediata”: Não. É mais rápida que a cirurgia aberta em muitos casos, mas ainda requer cuidados e tempo de cicatrização.
Riscos e possíveis complicações
Como qualquer cirurgia, existem riscos: sangramento, infecção, trombose, lesão de estruturas vizinhas, necessidade de conversão para outra técnica. A avaliação pré-operatória detalhada e a escolha de uma equipe experiente reduzem estes riscos.
Preparação do paciente
- Consulta pré-operatória com revisão de exames de sangue, urina e imagem
- Avaliação anestésica
- Orientações sobre jejum, medicações e suspensão de anticoagulantes quando indicado
- Planejamento de alta e recuperação domiciliar (dor, curativos, retorno às atividades)
Pós-operatório e recuperação
- Dor geralmente leve a moderada, controlada com analgésicos simples
- Deambulação precoce (levantar e caminhar) reduz risco de trombose
- Retorno progressivo às atividades em dias a poucas semanas, conforme o procedimento
- Acompanhamento com o urologista para avaliação de cicatrização, função e resultados oncológicos
Quando conversar com o urologista sobre cirurgia robótica?
Se você recebeu diagnóstico de câncer de próstata, tumor renal, obstrução pieloureteral ou outra condição urológica potencialmente cirúrgica, a cirurgia robótica pode ser uma das opções. Discuta benefícios, riscos, custos e alternativas com seu urologista para decidir o melhor caminho para o seu caso.





